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13.5.13

#41 - Ontem



Mariana D'Ornellas - Curitiba-PR

Segunda foto. Segundo mês.

Os dias se descaracterizavam. Os objetos e fotos da caixa alimentam sentimentos que devastavam o meu eu.

O sentimento de que o ontem foi melhor do que o hoje é inevitável. Reviver o passado é covardia. Ainda mais quando esse passado preenche o vazio que existe em nós. O passado de momentos que nem sabemos se um dia vai se repetir. Tudo que passamos é  melhor do que a solidão e angústia de hoje.

Mas o passado antes de te conhecer não foi melhor do que nada. O melhor começou em você. Eu só descobri a alegria, o sorriso, o preenchimento do vazio da alma, o amor de verdade, junto com você. Vivíamos em uma bolha, inertes a tudo que nos cercava.

Apenas o segundo mês juntos e parecia que estávamos tirando uma foto do nosso casamento. Esse é o problema. Passávamos a todos essa segurança, pelo olhar. Nossos olhares já pertenciam ao futuro. Se a culpa fosse só do olhar, ou das estrelas, não teríamos problemas. Mas o problema surgiu do coração e no dia dessa foto percebi que realmente estava gostando de alguém. Poderia gostar de alguém de verdade. Não era impossível. E, em um passe de mágica, todos meus falsos amores caíram por terra te colocando como a única.

Foi então que, em uma coincidência tradicional da nossa relação, na hora de nos despedirmos na porta de casa, nos olhamos sincronizados e dissemos: Eu te amo.

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