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10.5.13

#44 - Crônica - Cabra-macho não se esconde


Sterling Clinton Hundley - Richmond, VA, USA

Quantas vezes nos fizemos de bobo apenas para se aproximar? Apenas para sentir a pele dela na sua?

Quantas vezes trememos quando chegamos perto da pessoa amada? Quantas vezes ensaiamos antes o que imaginávamos que íamos falar no primeiro encontro e na hora tudo travou? É o medo de travar. O medo do fracasso. Realidade do amor. Realidade dos primeiros encontros.

O fracasso anda junto com o amor. O medo do fracasso também. Mas é forte aquele que passa por cima e se aventura. Treme, sua frio, mas consegue dizer que gosta. Consegue dizer que ama. Consegue pedir um beijo.

O amar é ser covarde. Covarde por não pedir um beijo. Covarde por não dizer que gosta. Por não dizer que ama. Covarde pelo coração disparar, pela mente travar, por não nos sentirmos capazes. Por achar que tudo é um abismo. Por achar, infelizmente só achar, que ela não tá a fim. Muitas vezes não tá, mas cabra-macho é aquele que arrisca. Aquele que não tem medo de levar um fora. Que não se esconde. 

Cabra-macho é aquele que não liga para o que os outros acham e chega junto. Tem pegada e diz tudo com o olhar.

Cabra-macho é aquele que fala o que precisa e não deixa o amor ir embora. Amar também é oportunidade, se ela for embora, talvez não conseguimos de volta.

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