Lione Bakker - Netherlands |
Dizem que quando duas pessoas se amam elas ficam bobas. Começam a
se tratar de maneira diferente, a falar igual criança, a fazer
caretas que só elas têm, começam a descobrir os lugares que o outro tem
mais cócegas, começa a rir de coisas bobas e que só fazem sentido para os
dois.
Quando duas pessoas se amam, eles criam um mundo particular. Ou dois
mundos particulares. Um infinito de mundos particulares, onde o endereço
é o amor. No qual a razão é o amor. No qual chega um ponto que o amor é a maior
razão que existe entre duas pessoas.
Um mundo compartilhado nos olhares. Uma comunicação à parte. Uma rede
social compartilhada a dois, em pequenos gestos. A rede social de pupilas
cheias, de pupilas pequenas, de pupilas brilhantes, de lágrimas. Lágrimas de
amor, de tristeza, de raiva, lágrimas de saudade, de amor.
Um mundo compartilhado em sorrisos. Uma infinidade. Sorrisos
diferentes, amargos, doces, sem graça. Sorrisos
amarelos, forçados, sorrisos de amor.
Um mundo concentrado no movimento dos lábios. Um mundo concentrado no
movimento das sobrancelhas. Um mundo eternizado no abraço. Abraço quente, apertado, encaixado. Quem ama se encaixa. Se encaixa gostoso.
Sente o calor do abraço, sente a dor do abraço. Abraçar dói. Abraçar apertado
dói. Dói a coluna, dói a costela, tira o ar. Fica
amarrado. Imóvel. Imune. Protegido. Abraço de proteção. Continua sem ar. Mas
sem ar de amor. Amor tira o fôlego. Amar é compartilhar o mesmo
ar que respiramos.
Amar é viver, compartilhar.
Amar é viver uma comunicação a dois. Diferente de todas, em um mundo
particular.
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