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3.5.13

#51 - Uma carta ao destino

Arte de Lauro Monteiro - Todos os direitos são reservados ao artista. http://www.flickr.com/photos/lauromonteiro_varandabrasil/3749772757/sizes/z/in/set-72157621796897210/


São Paulo, 2012

Hoje acordei decidido a lhe enviar uma carta. Não serei capaz de escrever tudo que preciso, mas escrevo o que consigo. Talvez seja a solução esvaziar o que guardo em mim e, reprimido, sinto e sofro.

Começo a entender que a hipótese, possibilidade, se transformou em certeza. O que seria de mim sem você?

É insuportável a dor de não ter você ao lado.

O arrependimento já bateu faz tempo. Se soubesse que sofreria assim, teria preferido te sequestrar, fugir, fazer você perder o voo. Não me importaria se me chamassem de louco ou doente. Anormal sou eu agora, que todos os dias me levanto procurando solução.

Só quando perdemos é que damos valor aos nossos planos, ao futuro que brincamos de construir, a dois, deitados no chão da sala, assistindo a todos os filmes da Disney. Assistindo Toy Story, Monstros S.A, Pequena Sereia. Éramos crianças juntos e acreditávamos no “era uma vez...”.

Começamos nossa história com “era uma vez” e agora brincamos em um conto de fadas, brincamos em uma literatura perdida no perfeito. E com dor escrevo o que terá final feliz. Desafio qualquer limite com minhas palavras, desafio qualquer especulação, mesmo quando me deparo com a realidade da ausência.

Mesmo com a incógnita da sua partida, confio que tudo ainda está em pé, como deixamos antes de você me acordar dizendo que iria embora. Onde quer que você esteja, estarei fiel ao nosso amor e às promessas que fizemos.

Só quero a sua boca na minha, só quero o seu toque em mim.

E, meu amor, tudo que peço é um sinal de que o nosso “pra sempre” ainda existe. E mesmo se esse silêncio permanecer, essa solidão, as interrogações, não vejo outro caminho, a não ser esperar você a minha vida inteira.

Eu te amo.

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